Coalizão Energia Limpa

Com uma das matrizes elétricas mais limpas do mundo e recursos renováveis abundantes, o Brasil pode atrair investimentos e se tornar liderança global em cadeias de valor descarbonizadas. O potencial,  no entanto, é ameaçado por um planejamento energético débil e voltado a interesses particulares, que desperdiça eletricidade de fontes renováveis e segue privilegiando fósseis. 

O alerta é do Observatório do Clima e da Coalizão Energia Limpa. Em nota divulgada nesta segunda-feira (15/9), as organizações apontam que, enquanto a distribuição de eletricidade limpa é cortada compulsoriamente por falhas estruturais, o Ministério de Minas e Energia (MME) planeja incluir térmicas fósseis no Leilão de Reserva de Capacidade, mecanismo público para contratação de usinas de geração de energia no Brasil. 

As entidades denunciam o aumento do  curtailment, prática de desligamento compulsório de usinas renováveis mesmo quando há condições para geração de energia. As interrupções ocorrem em períodos de grande produção, quando a eletricidade não pode ser escoada por restrições na rede de transmissão, limitações operativas ou a necessidade de honrar contratos com usinas térmicas fósseis. 

“O resultado é duplamente problemático: enquanto se desperdiça eletricidade de fonte renovável, com baixo custo e elevada disponibilidade, mantêm-se em operação usinas térmicas inflexíveis caras e poluentes”, apontam. As organizações manifestam ainda preocupação com as diretrizes colocadas em consulta pública pelo MME para o Leilão de Reserva de Capacidade às vésperas da COP30. “Há ampla convergência para a participação de usinas térmicas fósseis, como gás natural, carvão e óleo diesel e combustível”, denunciam. 

Para que a vantagem comparativa e a soberania da política elétrica do país não sejam comprometidas, OC e Coalizão pedem mudanças estruturais. Leia a nota completa aqui.