Coalizão Energia Limpa

Organizações Lançam Posicionamento crítico à Nova Política Nacional de Transição Energética e ao Decreto “Gás para Empregar”

Organizações Lançam Posicionamento crítico à Nova Política Nacional de Transição Energética e ao Decreto “Gás para Empregar” Publicações 4 de setembro de 2024   O lançamento da Política Nacional de Transição Energética (PNTE) e do decreto “Gás para Empregar”, realizado pelo governo federal, gerou preocupações entre especialistas e organizações da sociedade civil, como o Observatório do Clima e a Coalizão Energia Limpa. Embora sejam reconhecidos os esforços para promover um futuro sustentável, há questionamentos sobre a falta de ambição e clareza das medidas propostas, especialmente no que diz respeito à inclusão da sociedade civil no processo de decisão e ao impacto sobre comunidades vulneráveis.   A PNTE, que deveria guiar o país na transição para energias renováveis, apresenta diretrizes vagas e sem mecanismos claros de implementação. Ao mesmo tempo, o incentivo à expansão do mercado de gás natural, previsto no decreto “Gás para Empregar”, é visto como um obstáculo à verdadeira transição energética, ao perpetuar o uso de combustíveis fósseis. A exclusão de ambientalistas e representantes da sociedade civil nas discussões sobre o decreto também levanta sérios questionamentos sobre a transparência e participação democrática no processo.   Para uma análise mais detalhada dessas iniciativas e suas possíveis consequências para o futuro energético do Brasil, confira o posicionamento oficial completo das organizações envolvidas, disponível no link a seguir.Posicionamento-_Gas-para-Empregar-Politica-Nacional-de-Transicao-Energetica   Foto: Dinho Mendes / Itaipu Binacional     AnteriorPróximo Organizações Lançam Posicionamento crítico à Nova Política Nacional de Transição Energética e ao Decreto “Gás para Empregar” Organizações Lançam Posicionamento crítico à Nova Política Nacional de Transição… Leia mais 4 de setembro de 2024 Brasil pode integrar energia renovável à matriz elétrica, revela estudo do IEMA O estudo do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA),… Leia mais 15 de agosto de 2024 Nota Técnica: Transformação Ecológica, Fundo Clima e Eco Invest: Por onde caminha o financiamento climático no Brasil? 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O documento apresenta diretrizes essenciais para esse processo, propondo melhorias em áreas socioambientais, regulatórias, operacionais, de planejamento e de precificação da energia. Leia a íntegra aqui.   Fruto de encontros realizados pelo IEMA e pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) em 2023, o estudo reflete discussões com especialistas sobre a transição energética e a inclusão de fontes renováveis variáveis no sistema elétrico brasileiro. A nota técnica explora pontos estratégicos para fortalecer o sistema e prepará-lo para o futuro. “Vivemos um período de transição importante na matriz elétrica. Precisamos adaptar o sistema para absorver a expansão das fontes renováveis, conforme projetado na COP 28,” afirma Ricardo Baitelo, gerente de projetos do IEMA e autor do estudo.   Entre as principais propostas estão: 1. Otimização do papel das hidrelétricas: Além de sua já expressiva contribuição, as hidrelétricas podem ser ainda mais eficazes, oferecendo armazenamento de energia e suporte em momentos críticos, equilibrando a variabilidade das fontes solar e eólica e respondendo a falhas na transmissão de energia.   2. Planejamento de longo prazo para transmissão de energia: É necessário expandir o horizonte de planejamento da transmissão de energia elétrica para além dos atuais cinco anos, visando alinhar a expansão das redes ao crescimento das renováveis. No Nordeste, por exemplo, mais de 70 GW de usinas solares ainda aguardam o início da construção.   3. Sistemas de armazenamento de energia: A integração de baterias em parques de energia renovável é

Relatório da Coalizão Energia Limpa destaca que a expansão do gás fóssil prejudica a transição energética

Relatório da Coalizão Energia Limpa destaca que a expansão do gás fóssil prejudica a transição energética O aumento do uso de combustíveis fósseis pode gerar um bloqueio de investimentos no setor elétrico por até 30 anos, além de elevar os custos da eletricidade.   Nos últimos anos, as energias renováveis, como a eólica e a solar, têm mostrado um crescimento significativo no Brasil. No início de 2024, essas fontes superaram 65 gigawatts (GW) de capacidade instalada, representando cerca de 30% da matriz elétrica nacional. Apesar desse avanço crucial para a transição energética do país, a insistência em projetos de geração de eletricidade a partir de gás fóssil, principalmente apoiados pelo Congresso Nacional, ameaça essa trajetória. O uso do gás, além de contribuir para o agravamento das mudanças climáticas devido às emissões de gases de efeito estufa, também aumentará os custos da energia para os consumidores.   Essa é a principal conclusão do relatório “Regressão Energética: Como a Expansão do Gás Fóssil Atrapalha a Transição Elétrica Brasileira rumo à Justiça Climática”, lançado em 12 de junho durante um evento promovido pela Frente Parlamentar Ambientalista (FAmb) na Câmara dos Deputados. O relatório foi produzido pela Coalizão Energia Limpa, que reúne várias organizações, incluindo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), Instituto ClimaInfo, Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC), Instituto Internacional ARAYARA.org, Instituto Pólis, Observatório da Mineração e Coalizão Não Fracking Brasil (COESUS).   O relatório destaca que, nos últimos anos, o gás fóssil passou de uma solução emergencial, usada em momentos de crise hídrica, para uma fonte significativa de investimentos na geração elétrica, o que aumenta tanto os impactos socioambientais quanto o custo das tarifas para os consumidores, beneficiando apenas um pequeno grupo.   Essa expansão desnecessária do gás fóssil é impulsionada por fortes lobbies da indústria de combustíveis fósseis. Exemplos citados no relatório incluem os leilões de energia emergencial e de reserva de capacidade realizados em 2021, que contrataram termelétricas a gás, além da Lei 14.182/2021, de privatização da Eletrobras, que impôs a contratação de 8 GW de gás fóssil em estados que não possuem gasodutos. Isso significa que, além de pagar pelo combustível, os consumidores também terão que arcar com os custos da infraestrutura necessária para essas instalações. Um gasto considerado desnecessário e poluente.   De acordo com o documento, essas “térmicas-jabuti” resultarão na emissão de mais de 300 milhões de toneladas de gás carbônico equivalente (Mt CO2e) ao longo de sua operação, ou cerca de 20 Mt CO2e por ano. Para efeito de comparação, em 2019, todo o setor elétrico brasileiro emitiu 53,4 Mt CO2e. Ou seja, essas térmicas poderiam representar quase 40% do total de emissões do setor elétrico brasileiro, além de elevar em mais de 12% o custo da energia no país.   Atualmente, mais de 70 novas termelétricas movidas a combustíveis fósseis estão em fase de estudo e planejamento, conforme o Sistema de Informações de Geração da Aneel (SIGA). O país também prevê ampliar a importação de gás fóssil dos Estados Unidos, com 21 novos projetos de terminais de gás e 12 de regaseificação, além dos cinco terminais já em operação.   A sociedade civil tem reagido a essas iniciativas, conforme destacado pelo Nexo. O relatório menciona campanhas nos últimos anos que ajudaram a divulgar dados sobre o tema e resultaram na venda de menos blocos de petróleo e gás nos leilões. No entanto, esses esforços não impediram a continuidade dos investimentos em combustíveis fósseis, que seguem em curso, apesar da retórica do governo atual de liderar a agenda climática global.   O relatório alerta que a dependência do gás fóssil poderá provocar um bloqueio de investimentos (lock-in) no setor elétrico por até 30 anos. Além da poluição, o preço do gás, como de outros combustíveis fósseis, é instável.   Há ainda um alerta sobre as energias renováveis: a necessidade de que a expansão desses projetos inclua salvaguardas socioambientais para proteger as comunidades locais. O relatório menciona o guia “Salvaguardas Socioambientais para Energia Renovável”, elaborado por especialistas e comunidades nordestinas com o apoio do projeto Nordeste Potência.   Como soluções para evitar essa regressão energética, o relatório sugere a revisão da privatização da Eletrobras e a revogação da contratação das térmicas-jabuti. Também propõe a exclusão dessas térmicas do PL 576/2021, que regula a energia eólica offshore, além de promover o uso do hidrogênio verde, gerado a partir de fontes renováveis, como alternativa para descarbonizar indústrias e transportes, sem perpetuar o uso do gás fóssil.   Recentemente, um sinal preocupante veio da Comissão Especial do Hidrogênio Verde no Senado, que aprovou o projeto de lei que estabelece o marco legal para a produção de hidrogênio de baixa emissão de carbono e determinou incentivos fiscais para o setor. Embora o foco seja em rotas mais sustentáveis, como o hidrogênio verde produzido por eletrólise com energia renovável, o projeto ainda permite o uso de rotas mais poluentes, como o gás fóssil.   A aprovação do marco legal para o hidrogênio de baixa emissão, ainda que contenha incentivos para tecnologias mais limpas, preocupa ao não barrar totalmente rotas mais poluentes, como o gás fóssil. Isso pode comprometer os avanços na transição energética que o Brasil tanto precisa. O relatório da Coalizão Energia Limpa reforça que, para evitar um futuro de bloqueios de investimento e maiores custos, é fundamental que o país adote uma postura mais firme em prol das energias renováveis e descarbonizadas, garantindo que a transição energética seja justa e sustentável, com benefícios para a sociedade como um todo, e não apenas para grupos de interesse. Confira o relatório completo “Regressão Energética: Como a Expansão do Gás Fóssil Atrapalha a Transição Elétrica Brasileira rumo à Justiça Climática” e entenda os impactos das políticas energéticas atuais sobre o futuro da matriz elétrica nacional. Descubra como a insistência no gás fóssil pode bloquear investimentos, aumentar o custo da eletricidade e agravar as mudanças climáticas, e conheça as soluções propostas para uma transição energética mais justa e sustentável.   Faça o Download Anterior Notícias

Coalizão Energia Limpa divulga Position Paper sobre transição energética e o papel do gás natural

A Coalizão Energia Limpa é um grupo brasileiro que defende uma transição energética justa e sustentável, propondo a eliminação do gás natural da matriz energética até 2050. O position paper de setembro de 2022 destaca os impactos negativos do gás, incluindo a ampliação das emissões de gases de efeito estufa, a subestimação dos impactos socioambientais e a falsa ideia de viabilidade econômica. O documento enfatiza a importância de investir em energias renováveis como eólica e solar e propõe alternativas ao gás, como biomassa e armazenamento energético. A Coalizão busca promover o diálogo entre setores e pressionar os tomadores de decisão para um futuro energético mais sustentável.