Coalizão Energia Limpa

Coalizão Energia Limpa destaca caminhos para a matriz energética ideal até 2050 em audiência pública

No dia 12 de dezembro, a Coalizão Energia Limpa participou da audiência pública intitulada “Matriz Energética Ideal para o Brasil até 2050”, realizada na Câmara dos Deputados, em Brasília. Representando a rede, Anton Schwyter, gerente de energia do Instituto Arayara, apresentou uma visão abrangente sobre os desafios e soluções para alcançar uma matriz energética limpa e sustentável no Brasil nas próximas décadas.

 

Principais pontos apresentados

Schwyter destacou que a transição energética do Brasil exige esforços coordenados em várias frentes:

  • Expansão de fontes renováveis: Continuar investindo em energia solar, eólica e outras fontes limpas para garantir uma matriz predominantemente renovável.
  • Eletrificação do consumo final: Incentivar a eletrificação de setores como transporte e indústria, promovendo veículos elétricos e equipamentos eficientes.
  • Armazenamento de energia e redes inteligentes: Priorizar investimentos em tecnologias como baterias e hidrogênio verde, além da modernização da infraestrutura com smart grids para otimizar a distribuição de energia.
  • Eficiência energética: Implementar programas robustos de eficiência energética em todos os setores, desde residências até grandes indústrias.
  • Eliminação gradual de combustíveis fósseis: Traçar uma estratégia clara para reduzir e, eventualmente, eliminar o uso de fontes fósseis.

 

Obstáculos no caminho

Schwyter também chamou atenção para decisões recentes que dificultam o avanço rumo a uma matriz energética mais limpa:

  • Subsídios ao setor fóssil: Nos últimos cinco anos, o Brasil concedeu R$ 334,6 bilhões em subsídios a combustíveis fósseis. No Plano Decenal de Energia (PDE) 2034, está previsto que 78% dos investimentos no setor energético nos próximos 10 anos serão destinados ao petróleo e gás.
  • Impactos do PL 576/2021: O projeto, já aprovado na Câmara e no Senado, inclui a contratação compulsória de 4,2 GW de termelétricas a gás natural, com operação ininterrupta e subsídios à térmicas a carvão por 25 anos. A medida aumentará as emissões anuais de gases de efeito estufa do setor elétrico em 24%, com um custo adicional de R$155 bilhões para os consumidores de energia.

 

Reforma necessária

Para viabilizar a transição energética, Schwyter enfatizou a necessidade de uma reforma ampla no setor elétrico, com foco em:

  • Aprimoramento regulatório: Simplificação das normas para atrair investidores e estimular a competitividade.
  • Descarbonização e sustentabilidade: Políticas públicas que priorizem a transição energética e reduzam a dependência de fontes fósseis.
  • Revisão de encargos e subsídios: Alocar recursos de forma eficiente para tecnologias limpas.
  • Digitalização e modernização: Integrar tecnologias como baterias e geração distribuída ao sistema elétrico nacional.

 

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